Ansiedade, a prisão da alma.

21-09-2019

Durante algum tempo sofri por ter problemas comigo mesma, medos irracionais que me afetavam o quotidiano. 

Falaram-me do Dr. Hélder, disseram-me que mudava a vida das pessoas. Na altura fui sem esperanças. Lembro-me perfeitamente da primeira consulta, eu entrei e sentei-me, e sem abrir a boca para contar fosse o que fosse (como se faz habitalmente noutros psicólogos) ele disse-me tudo o que eu sentia. Vim para casa mais leve, mais feliz, mais eu. 

Hoje ele deixa aqui, de forma clara, o que é realmente a ansiedade.

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A ansiedade é a prisão da alma.

Ela oprime o amor próprio e asfixia a nossa paz. Ela sufoca a esperança e encarcera a alegria.

Nos dias que correm falamos de ansiedade como uma "coisa" habitual. Na rua, nas mesas de café, em conversas de corredor, nas redes sociais... Tão comum, tão incidente, tão frequente, quase tão "normal"!

É certo, que até certo ponto, a ansiedade move-nos a agir de forma a cumprirmos horários, a evitar perigos, a responsabilizar-nos no quotidiano e a precavermo-nos de situações desconfortáveis.

Mas, e quando a antecipação do desconforto causa desconforto? Quando temos receio de ficarmos ansiosos e isso causa a ansiedade?

Ansiedade é um estado psíquico e somático provocado pela antecipação de uma possível situação desagradável ou perigosa, perante a qual nos consideramos indefesos e incapazes de reagir ou controlar. A ansiedade torna-se, assim, patológica quando atinge um valor extremo, com carácter sistemático e generalizado, em que começa a interferir com o funcionamento saudável da nossa vida. Apresenta-se quando deixamos de ser livres por causa de preocupações ou por medos sem fundamento real.

Vai haver um teste? - Assustamo-nos!

Teste a quê? - Inquietação

Vai haver teste de Matemática! - Nervosismo!

E se o teste é exigente? - Receio

E se falho no teste? - Medo

Não consigo respirar, tenho tonturas e náuseas, o coração está a mil, não tenho força nas pernas! - Psicossomatização ansiosa

Não sou capaz! Eu gostava, mas não vou conseguir fazer o teste! Acho que não consigo! Não sei nada! E não posso falhar! Vai dar-me uma coisinha má! - Ansiedade

Vou ter um ataque cardíaco! Vou morrer! Tirem-me daquiiii! - Ataque de Pânico

Não fales em testes que já comecei a transpirar! Desisti da faculdade por causa dos testes! - Fobia

A ansiedade existe apenas nos nossos pensamentos acerca do futuro e leva a uma reacção desajustada presente causada por uma possibilidade futura que ainda não aconteceu e, como tal, ilusória.

"...Se a depressão é uma reação a uma perda passada, a ansiedade é a reação a uma perda futura. Com ela, permanecemos preocupados, mas não sabemos porquê. Não identificamos qual o estímulo, pois ele realmente não existe. Ele poderá vir a acontecer. Ou não. E isso basta para que fiquemos ansiosos...."(Maurício Horta, Wagner Machado e Clarissa Barreto - SuperInteressante 2017)

Assim, a ansiedade surge como consequência da nossa insegurança, da nossa constante necessidade de aprovação, da nossa necessidade de aceitação por parte dos outros, dos nossos receios da rejeição, da vergonha, do medo da falha, da nossa falta de auto-confiança.

Vivemos sob uma capa com a qual escondemos a insegurança, somos actores sociais onde nos usamos de papéis para cativar atenções e evitar rejeição, não podemos falhar senão vão ver-nos de forma diferente e não vão gostar de nós, temos vergonha de fazer figuras e pressionamo-nos a fazer tudo direito para que me incluam!

Tentamos esconder a ansiedade e quanto mais tentamos escondê-la mais ela se manifesta. E como estamos a prestar mais atenção ao que estamos a sentir, deixamos de prestar atenção ao que estamos e temos de fazer e, aí, a probabilidade de falha cresce de forma exponencial. É nesta altura que nos desviamos do nosso objectivo e nos afastamos da liberdade. È neste momento de guerra interior que prendemos a nossa psiquê, a nossa "alma".

Ora se a ansiedade se manifesta pela falta de auto-confiança, por acreditarmos, erradamente, que não somos capazes ou não reunimos as condições para alcançar algo, estamos a aprisionar-nos num círculo vicioso de pensamentos de perda e fuga à realidade, que bloqueia os nossos sonhos, altera o nosso equilíbrio físico, cria aflição perante o confronto com a vida e projecta para longo prazo a hipótese de mudança e cura.

E nós não amamos a quem não confiamos! Ora, se não confio em mim, como posso amar-me?

Destruir a prisão da alma depende da aceitação individual e de compreendermos a causa da nossa falta de amor próprio.

A ansiedade patológica tem cura!

Cura-te! Ama-te!

Hélder Rocha - Psicólogo Clínico/Neuropsicólogo/Psicoterapeuta/Terapeuta Holístico 

Site: www.neuropsi.pt