Ansiedade, mói até que mata.

As pessoas que sofrem de ansiedade confrontam-se muitas vezes com a questão: "mas estás ansiosa/o com o que?", pois bem, quem sofre realmente disto não tem motivos ou razões aparentes. Isto é a ansiedade.

A ansiedade tira-te o chão, deixa-te perdido, com medo e completamente dorido. Dói o corpo, dói a alma e dói até aquilo que não tens.

Quem sofre de ansiedade sabe o que é acordar e sentir-se cansado, sabe o que são as faltas de ar persistentes, as dores de barriga, os enjoos e os pensamentos constantes que deixam a cabeça a explodir de tanta informação negativa. Não se controla, vem de dentro, do nosso subconsciente. Começas a ter medos irracionais, sem perceberes de onde vem, nem o porque, e na verdade, isso é que te destrói.

Quem sofre de ansiedade, mais do que ninguém, sabe o que é querer estar bem e não conseguir, é como se isto te matasse continuando vivo. A vontade de viver vai-se perdendo, estás sozinho, mas rodeado; estás a sorrir, mas infeliz; estás bonito, mas sentes-te feio; estás a ser elogiado, mas sentes-te insultado; estás a ser ajudado, mas sentes-te um fardo; estás vivo, mas morto. Estás louco? Eles vão pensar que sim, mas nós sabemos que não.

Viver ansioso é teres um jantar marcado com aqueles teus amigos prediletos, mas no dia desmarcares, não sabes bem porquê. É amares alguém, mas não queres que te toque. É sofreres por antecipação, porque vives no futuro com medo do passado. É acordares sem teres vontade de passar mais um dia. E o pior disto tudo é que insistes em culpar-te por isso, quando muitas vezes são as outras pessoas que tem a capacidade de te magoar e minimizar.

Só quem passa por ela é que percebe o quanto dói, o que se sofre. As outras pessoas nunca vão perceber, e vão pensar sempre que é um capricho, preguiça ou mau feitio. Não as culpes. Espera que não lhes aconteça a elas. Só isso.

Daniela Mendes