Erros acontecem, oportunidades surgem.
E se a tua relação fosse uma bolsa feminina? Encontrarias nela uma segunda oportunidade?
As oportunidades vão surgindo ao longo da vida como pequenas lufadas de ar fresco, por isso, elas são essenciais para o reacender de uma chama. Mas atenção, nem todas as ocasiões são oportunas para o perdão.
Todos erramos, sim, é uma cruel realidade. No entanto, a forma como erramos, ou a dimensão do nosso erro, é que irá definir se existe espaço para mais uma oportunidade ou se é simplesmente impensável recuperar determinada relação.
Imaginem o seguinte: o nosso relacionamento amoroso é uma bolsa feminina daquelas muito grandes e complexas, onde cabe de tudo. É composta por muitos repartimentos, um maior e outros mais pequenos, forrada e com um fecho. Agora, imaginem que no maior repartimento estão as boas memórias, a paixão, o respeito e a fidelidade, tudo meio desarrumado, e nos pequenos repartimentos estão o orgulho, o desprezo, o perdão e a aceitação, estes mais organizados. E vocês perguntam: por que razão o grande repartimento está desarrumado e depois os restantes estão tão ordenados? Fácil. Se repararem, nas nossas relações amorosas tudo o que é mais natural e positivo tende a vir de forma leve, descontraída e despreocupada, então vamos colocando lá para dentro, sem muita preocupação. Até que acontece um imprevisto, um erro, que magoa um de nós, o que fazemos? Tentamos encontrar nesse repartimento algo que nos agarre a esta relação, no entanto quando estamos feridos torna-se difícil encontrar as coisas boas, por isso, como em qualquer bolsa feminina, despejamos o seu conteúdo na esperança de reaver lá o que procuramos, e tudo o que está no grande repartimento sai, mas o que ficou nos pequenos continua lá. A busca pelo que precisamos mantém-se, então temos tendência em abrir as pequenas bolsinhas, e normalmente começamos pelas do orgulho e do desprezo, mal nós sabemos que estas dificultam a procura pelo que realmente importa. Por fim e depois de muito procurarmos resta-nos abrir os repartimentos do perdão e da aceitação. A questão agora é: estão cheias ou vazias? Sim... porque será isso que definirá a possibilidade ou não de uma segunda, terceira ou até mesmo quarta oportunidade de reatar uma relação. Lembrando sempre que este stock também acaba. Se por acaso perceberem que ainda há volta a dar, tornem a arrumar tudo no devido repartimento, conferindo sempre se o forro não precisa de conserto, pois se tiver rasgado virá o rancor. E claro, no final, certifiquem-se que correm o fecho, para não permitir a entrada de coisas e pessoas que não pertencem lá. Aprendam a salvaguardar o que amam.
Agora vocês perguntam novamente: quando sabemos se devemos ou não dar uma segunda oportunidade? Bem, tudo depende da situação e das pessoas, no entanto, a meu ver seria aceitável e viável isso acontecer se:
- Perceberes que a pessoa não fez algo com intuito de te magoar;
- Perceberes que realmente existe tristeza e arrependimento do outro lado;
- Se a pessoa estiver a fazer de tudo para te reconquistar;
- Se achares que tens capacidade para perdoar. Caso contrário... esquece a reconciliação, pois será uma fraude.
E quando é que sabemos se devemos ou não pedir uma segunda oportunidade?
- Aceitares que cometeste um erro e admiti-lo, para com o outro e contigo mesmo;
- Sentires que estás realmente arrependido da dor que causaste ao outro e senti-la como se fosse tua;
- Teres uma clara ideia de que não voltarás a cometer o mesmo erro;
- Sentires que a relação merece essa oportunidade.
Para reatar uma relação é preciso, acima de tudo, muito amor, compreensão e força. Só assim será possível dar tudo certo!
Daniela Mendes